sexta-feira, 12 de agosto de 2011

RESENHA DO TEXTO: PROJETOS NA ESCOLA E ALGUNS DOS SEUS DILEMAS QUE ELES ENVOLVEM

Por: Maria dos Prazeres F. L. de Macedo

Graduada em Letras - Português/ Inglês e pós-graduada em Língua Portuguesa, pela FFPP/PE;
certificada no curso de extensão Gestão da Aprendizagem Escolar II - Língua Portuguesa, pela UNB/DF; concluindo Pós - graduação em Gestão Escolar, pela Faculdade INTA/PI.



RESENHA DO TEXTO
NOVAIS, Vera Lúcia. Projetos na escola e alguns dilemas que eles envolvem. São Paulo, PUC-SP, 2004.

RESUMO DO TEXTO
O texto “Projetos na escola e alguns dilemas que eles envolvem”, foi produzido para o Curso Gestão Escolar e Tecnologias, pela mestra e doutoranda em Educação e Currículo – PUC-SP; Bacharel e Licenciada em Química – USP. Autora; Consultora em Educação, Vera Lúcia Duarte de Novais.
Escrito em quinze páginas, o texto foi dividido em quatro subtemas: a) O que há por trás da ideia de projeto; b) A implementação de projetos na escola; c) A intenção e engajamento transformam um projeto pouco pretensioso em alavancar para a inovação; d) A escola, seus projetos e a importante transformação do chefe maestro que organiza e afina a orquestra.
Esses subtemas nos remetem a um olhar amplo sobre a importância da elaboração e execução de projetos escolares, onde o papel do coordenador/líder é fundamental na mediação das etapas vivenciadas pelo grupo.

INTRODUÇÃO
A princípio, embora a etimologia da palavra “projeto”, apresentado pelo/no texto, possua vários significados que podem ser empregados em variadas situações e diferentes contextos, a ênfase dada é a ideia mais comum, que é o sentido de desejo, intenção, de referência a alguma coisa almejada dentro de uma instituição escolar. Para autora, quando falamos de projetos no contexto escolar, devemos iniciar por considerações filosóficas, visto que, “tudo isso é mais complexo, pois passa pela necessidade de articular desejos e interesses de natureza individual com os de natureza coletiva (...) e interesses de outros grupos da sociedade em que se inserem”.
Nos parágrafos seguintes, Vera Lúcia aprofunda a temática instigando o leitor a perceber que professores e coordenador e/ou gestor devem investir em projetos educativos que, de fato, promovam a reflexão – ação – reflexão e, não apenas, fiquem na reflexão e análise de suas inquietações. Propõe, ainda, a implementação de projetos pedagógicos com etapas de trabalho bem definidas, que envolva o coletivo e que tenha a frente da coordenação um líder/coordenador disposto a conduzir de forma harmônica as possíveis situações (positivas e negativas) que surgirão no processo da execução do projeto.
A discussão sobre projetos não é nova e, a proposta de se trabalhar com eles é justamente a de proporcionar um ambiente favorável ao saber. E como profissionais da educação, quando pensamos numa sala de aula, buscamos logo as soluções que sejam mais interessantes e viáveis para que os alunos tenham interesse e participação quanto aos conteúdos abordados.
É importante que o professor promova espaços para pesquisas, discussões em grupo, montagem de painéis referente aos temas, maquetes, enfim, tudo aquilo que se tornar centro de interesse dos alunos, podendo aprofundar o estudo e o conhecimento a cada dia. Para isso, faz-se necessário a implementação de projetos educacionais com etapas estabelecidas no coletivo, como propõe Vera Lúcia, entre elas: a seleção da questão que se quer enfrentar ou solucionar; a relação e sequenciação das atividades a serem desenvolvidas com objetivos propostos; o detalhamento de vários aspectos envolvidos nas atividades; o estabelecimento de um cronograma situando as atividades ao longo do projeto e, também, os registros de cada etapa e a avaliação durante todo o processo.
Um grupo ativo, motivado e envolvido produz muito mais do que os acostumados à passividade. Esse é outro fator importante chamado de engajamento de grupo. Quando a autora aborda esse ponto, menciona o coordenador e/ou gestor como mobilizador (es) de ações em torno de novas questões, de incentivações no âmbito escolar diante de novas conquistas e de discordâncias, inevitáveis ao longo do processo. É fundamental que o coordenador/gestor lidere um percurso diferenciado, isto é, não ouça, apenas, a queixa de seus professores, mas também proponha ao grupo que comece a elaborar um projeto para reverter o quadro insatisfatório apresentado.
Diante do exposto, percebe-se que as mudanças na conjuntura mundial, com a globalização da economia e a informatização dos meios de comunicação, têm trazido uma série de reflexões sobre o papel da escola dentro do novo modelo de sociedade, desenhado nesse final de século.
Uma escola mais eficaz requer avaliação constante de resultados obtidos, o estabelecimento de critérios, de ajustes, feitos em sucessivas etapas, o que implica em negociação entre seus membros. No entanto, o papel daquele que lidera um projeto educativo é afastar-se do velho modelo burocrático de chefe, semeando um clima de confiança, aguçando seus sentidos, sua intuição e sua sensibilidade. Ele deverá liderar como um maestro, que segundo Vera Lúcia, “(...) vai além de conseguir que cada membro da orquestra dê o melhor de si, seja capaz de fazer com que todos atuem sinergicamente.”

OPINIÃO SOBRE O TEXTO LIDO
O texto “Projetos na escola e alguns dilemas que eles envolvem”, é um excelente suporte pedagógico para professores e coordenadores/gestores, de escolas públicas e particulares, que sentem a necessidade urgente de re-significar o espaço escolar, de modo que ele possa, efetivamente, estar voltado para a formação de sujeitos ativos, reflexivos, cidadãos atuantes e participativos, transformando-o em um espaço vivo de interações, aberto ao real e às múltiplas dimensões.
Em todo esse processo, as convicções iniciais vão sendo superadas e outras mais complexas vão sendo construídas. As novas aprendizagens passam a fazer parte dos esquemas de conhecimento dos alunos e vão servir de conhecimento prévio para outras situações de aprendizagem.
Nessa perspectiva, abordada por Vera Lúcia, no âmbito educacional, o conceito de gestão vai além da gestão administrativa. Está associado ao fortalecimento da democratização da escola, pois procura estimular a participação de diferentes pessoas, articulando aspectos financeiros, pedagógicos e administrativos, um paradigma que estabelece uma orientação transformadora na busca da promoção de uma educação de qualidade.
Sob essa ótica, o líder escolar tem características e exigências próprias. Abrange o exercício do poder, incluindo tomadas de decisões, planejamento e a avaliação dos resultados alcançados.
O líder deve estar atento aos aspectos pedagógicos, aos problemas de aprendizado para ajudar o professor a encontrar as melhores estratégias de ensino.
Assim, o projeto educacional é o caminho para transformar o espaço escolar em um espaço aberto à construção de aprendizagem significativa para todos que dele participam.

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