domingo, 23 de agosto de 2009

MEMORIAL DA CURSISTA DO GESTAR II CARLA SIMÕES


Memorial
Por
Carla Simões



Memorial: Tenho em mim todos os sonhos...
Sinceramente nunca pensei em escrever um memorial, sou o tipo de pessoa que vive o hoje, não sou de ficar recordando o que passou, mas o desafio de lembrar fatos que se fizeram importantes na minha vida me fará refletir minhas práticas de hoje.
É importante ressaltar, que esse memorial será apresentado à formadora Joselma Marins para a avaliação da minha prática no Programa Gestar II – Português, no estado de Pernambuco.
Por conseguinte, como não tenho muita experiência nesse tipo de texto, como já mencionei acima, tomei por base o memorial da formadora Prazeres Lima, que me ajudou muito na elaboração deste. Contarei a história de sonhos que foram tornando-se realidade no decorrer dos tempos.
Onde tudo começou...
Nasci no dia 24 de julho de 1981, na cidade de São Paulo, no bairro do Ipiranga, para quem não se lembra foi onde Dom Pedro I proclamou a independência do nosso país, por isso que gosto de mencionar o bairro. Filha de um mineiro e uma baiana que se encontraram em São Paulo, (naquela época as pessoas saíam de suas cidades para tentar a vida em São Paulo) apenas uma irmã, fui criada num ambiente cheio de amor, apesar das brigas constantes com minha irmã (coisas de criança).
Entrei na escola aos cinco anos e meio, no antigo pré-escolar que lá chamávamos de “prezinho”, estudei com as professoras Célia e Regina. Adorava ir à escola, estudava à tarde, e a noite por volta das seis meu pai vinha me buscar. Recordo-me numa ocasião, meu pai mostrou-me uma moça que estava indo á escola, provavelmente à faculdade, e ele disse que um dia seria eu que estaria no lugar dela, acredito que ele já contava que um dia viria sua filha formada, eu a observei e achei muito bonita, e essa imagem nunca saiu de minha mente.
Minha brincadeira favorita era “escolinha”, brincava de outras coisas, mas essa eu adorava, sempre era a professora, já que era a mais velha e fui a primeira professora da minha irmã, e comigo ela aprendeu a escrever o seu nome, a contar. Na escola sempre fui muito tímida, as professoras diziam que quase não ouviam a minha voz, tamanha timidez. Lembro perfeitamente a “pró” da primeira série, chamava-se D.Neusa, ela contava histórias, e depois pedia para representarmos, foi meu primeiro contato com os livros.
Recordo-me ter contato novamente com os livros apenas na quinta série, com a professora Valéria de Língua Portuguesa, ela fazia a gente levar um livro por semana para ler, além de toda semana escolher uma reportagem, fazer um resumo sobre ela e apresentá-la aos colegas, fora as produções de textos. Com certeza já podíamos usá-la como exemplo de professora contextualizada, de todas as professoras que passaram por mim, ela com certeza foi a mais marcante.
No meio do ano mudei de escola e de bairro, passei apenas dois anos nesse bairro novo, foi então que veio a grande mudança, saí de São Paulo e vim parar em Petrolina/PE, no começo foi difícil a adaptação, tudo era diferente, a comida, o jeito de falar, o calor (esse era o pior!), mas aos poucos fui me apaixonando por essa cidade e hoje não tenho mais vontade de mudar daqui.

Ensino Médio: Tudo de novo?
Bem quando cheguei a Petrolina, fui direto para o Ensino Médio, já era difícil a adaptação por causa dos fatores que citei acima, além da convivência que já é complicado para todo adolescente. Interessante que dessa época os dois primeiros anos parecem que se apagaram da memória, recordo-me apenas mais do terceiro quando consegui uma oportunidade de estágio num banco, e fui reprovada, e esse fato marcou definitivamente meu destino, porque logo após fiz inscrição na GRE para estagiar na secretaria de uma escola, fui aprovada, e a partir daí comecei a me interessar por sala de aula, em razão do ambiente escolar, fiz o vestibular para Letras e fui reprovada. E agora?
Como o meu ensino médio era daquele antigo técnico (que nem te preparava para o vestibular, muito menos para uma profissão), quando fui reprovada no vestibular, a única chance que eu tive foi fazer novamente o ensino médio (estudo gerais), e assim que eu tivesse oportunidade faria novamente o vestibular.
Acabei fazendo os três anos do ensino médio, e no último ano pensava em fazer o vestibular, como todos os meus colegas, mas veio o drama, minha irmã também terminava o ensino médio, e meus pais não tinham condições de pagar as duas inscrições, e meu pai por senso de justiça, achou pagar a inscrição de minha irmã, já que ela nunca tinha feito, e eu já tinha sido reprovada. Que “balde de água fria”, mas veio a esperança, numa conversa com a Professora Josineide de Língua Portuguesa, expliquei minha situação, e a mesma disse que ia me ajudar. Então ela fez uma “vaquinha” com os professores e paguei a inscrição. Porém eu tivera sido reprovada uma vez, quem garantia que não fosse novamente? Meu Deus seria uma decepção para meus pais e professores, mas essa história teria um final feliz, fui aprovada e tinha a oportunidade de fazer o curso que tanto sonhava.

Faculdade: Um sonho realizado?
Em 2001, comecei o curso de Letras na FFPP, e então percebi que não seria nada fácil, que não tinha muita base do Ensino Médio, e já que meu curso era habilitação Português/Inglês a dificuldade era maior, tanto que fui reprovada no quarto período na disciplina Inglês, e tive dificuldade nos outros, nessa disciplina.
Foi um período muito difícil, todo final de semestre era um drama pagar a mensalidade da faculdade, além do que tinha que gastar com Xerox e livros. Nesse tempo dava aulas de bancas, estágios nas escolas, e ajudava meus pais. Ufa! Mas deu certo no final.
Participei de movimentos estudantis da faculdade, sendo membro do Centro Acadêmico de Letras, onde em conversa com os alunos e professores, tentamos melhorar nosso curso, na teoria muito lindo, mas na prática complicadíssimo.
Meus professores eram esforçados, mas sai da faculdade com aquela sensação de que a maior parte aprendi na prática em sala de aula, através de estágios (remunerados ou não) que fiz no decorrer do curso.
Fui a primeira a ter diploma universitário na minha família, isso para mim e para meus pais era motivo de orgulho. Só que vinha a pergunta, com o “canudo” na mão o que fazer?

Da teoria á pratica: como é difícil!
Assim que terminei o curso de Letras, em dezembro de 2005, apareceu à grande oportunidade, concurso do estado para professores, e era a chance que eu esperava, mas como tudo para mim é mais complicado, passei, mas muito longe, sem esperanças de ser chamada. Nesse momento me senti totalmente sem estimulo.
Seis meses depois, trabalhava numa escola particular, e substituía uma professora na Escola EMAAF, foi então que surgiu a oportunidade de fazer uma seleção para ser atendente no Expresso Cidadão, passei e trabalhei durante dois anos e meio, e foi uma experiência que mudou muito do que pensava, amadureceu-me profissionalmente.
Em outubro de 2007, tive uma grande surpresa fui nomeada no Estado para ser professora, lembro da felicidade que senti, liguei para minha mãe, meus amigos, tamanha era minha realização. Posso considerar-me sortuda, porque além ser localizada numa das melhores escolas de Petrolina, a Escola Professor Simão Durando, eu trabalho do lado da minha casa.
Nessa escola, tenho todo apoio da direção na execução dos meus projetos, logo quando cheguei à escola, desenvolvi um de inglês, falando da influência da cultura americana no Brasil, onde foi grande a participação dos alunos e até hoje sou reconhecida por esse projeto.
Ainda não tive oportunidade de fazer minha especialização, mas já fiz cursos de aperfeiçoamento, principalmente na área de Inglês, mas pretendo fazer minha especialização em Português.
No Gestar II no começo tudo era muito..., muitos professores, muito barulho, muitas informações, muitas dúvidas... Era muita também, a vontade de acertar das colaboradoras (Joselma e Prazeres), de passar todas as informações e quanto podia ser prazeroso, se tudo que fosse proposto por elas fosse aplicado em sala de aula. Algumas propostas eram interessantes, e outras já faziam parte da minha didática em sala de aula. As salas foram divididas, melhorou o trabalho, mas o tempo entre uma a aplicação de uma oficina e outra é muito curto e isso dificulta o nosso trabalho. Mas esses problemas vão sendo sanados aos poucos, espero que ao final desse trabalho possamos colher bons frutos.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

NORDESTINO

Eita, danou-se!!!!
Viiiixe Maria!!!! Vôte!!!!
Rir dos outros é mangar.
Tudo que é bom é massa.
Tudo que é ruim é peba.
Cheio de não me toque é frescura, é pantim.
Se é pequeno é miúdo, é pixotinho
.Quem é franzino é xôxo.
O bobo se chama leso.
Quem tem pernas finas tem cambitos.
Mulher orgulhosa é paba.
O medroso é frouxo.
Homem é caba.
Nordestino não é homem, é macho.
Sem dinheiro é liso.
Se tem dinheiro tá folgado, é estribado.
Um nó folgado, está afolozado.
Desarrumado é malamanhado.
Briga pequena é arenga.
Mancha de pancada é roncha.
Catinga de suor é inhaca.
Mau cheiro nas axilas é suvaqueira.
Quem tem sorte é cagado.
Gente insistente é pegajosa.
Quem entra sem licença, emburaca.
Atitude de palhaço é munganga.
Criança manhosa tem calundu.
Com raiva tá injuriado, pegou ar.
Quando come enche o bucho.
Não quer comer, tá com fastie.
Se tem diarréia tem caganeira.
Quando é exagerado, é aloprado.
Ser esperto é ser desenrolado.
Vai sair, diz vou chegar.
Não dá volta, arrudeia.
Ir embora é pegar o beco.
Sair apressado é sair desembestado.
Esperar um minuto é esperar um pedacinho.
Acompanhar casal namorando é segurar vela.
Não percebe, ele dá fé.
Não pula, dá pinote.
Não conversa, ele resenha, joga conversa fora.
Não se dá mal, se lasca todinho.
Quando fica brabo, fica com a gota serena, com a febre do rato, com os cachorros da mulesta, roda a baiana.
Quando quebra algo, ele tora.
Quando se espanta, diz aff, Maria!
Quando se admira diz oxente!
Água com açúcar é garapa.
Botão de som é pitoco.
Estouro é pipôco.
Confusão é rolo, é fuá.
Apertar é arroxar.
Chicote se chama açoite.
Fofoca é fuxico.
O ancião é caduco.
A moça nova é boyzinha.
O mesquinho ou sovina é amarrado, muquirana, mão de vaca, pirangueiro.
Quem não paga as contas é veaco.
Quem dá furo não cumpre o prometido.
Ser engraçado é ser gaiato.
Vigiar as coisas é pastorar.
Nordestina não fica grávida, fica embuxada, prenha, enxertada.
Nordestino não é mulherengo, é escroto, é raparigueiro, é arroxado.
É mesmo, e apôis!!!!



Fonte: texto veiculado na internet.
Autor: desconhecido

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

RI MELHOR QUEM RI NA ESCOLA

Piadas, charges, parlendas, causos estiveram presentes em mais uma das oficinas livres do Gestar. Foi uma manhã bem descontraída onde o riso contagiou a todos. Também, não era para menos estávamos na oficina “Ri melhor quem ri na escola”. Ao invés do bom dia em pps, preferi contar uma piada para a surpresa dos professores cursistas que quase não pararam de ri. Depois os questionei sobre o significado da palavra “humor”. E percebi que assim como muitos, eles “apenas” a associaram ao riso, a descontração, ou seja, a expressões que envolvem alegria. Então, aprofundamos a nossa discussão, com os conceitos apresentados por “Ziraldo e o humorista Bussunda”. “Sem deixar cair à peteca”, perguntei a turma “se há coerência no humor?”, recordando dessa forma, o tema abordado nas duas últimas oficinas: “Coerência e coesão textual” e, convictos de suas respostas disseram, em unanimidade, que “claro!”, justificando a resposta dada. Finalizamos esse ponto da discussão com a afirmação da professora e Drª Ormezinda Maria, se pensarmos a educação com desafio de olhar com outros olhos para essa tela e tentar descobrir interligações, interconexões e intercomunicações, veremos redes de sentidos e de significados.
Naquele momento, parecia que o riso tinha desaparecido, foi quando eu os apresentei uma imagem ambigua e os questionei sobre o que estavam vendo? E eles relataram cada coisa! Depois perceberam que vemos “aquilo que queremos ver”. E o riso novamente tomou conta da sala.
Com o riso dos professores contido, partimos para a analise dos onze fatores que segundo Marcuschi e Koch, fazem um texto ser coerente : conhecimento lingüístico, conhecimento de mundo, conhecimento partilhado, focalização, inferências, informatividade, intensionalidade, situacionalidade, aspectos pragmáticos, intertextualidade e relevância. Para cada fator apresentado, textos eram analisados e o riso ecoava pelos corredores da escola. E entre a apresentação de um slide e outro, era necessário pararmos, pois alguns dos educadores queriam contar uma piada.
Para finalizarmos a oficina, foram apresentadas três histórias para que o grupo selecionasse uma e organizasse uma seqüência didática, de acordo com as orientações que receberam sobre seqüência didática.
Os professores cursistas saíram da oficina motivados a realizar atividades que proporcionem, também, alegria e prazer aos seus alunos, utilizando textos humorísticos como suporte pedagógico.


“Trabalhar com humor e com amor, eis um caminho para pensar a educação e assim, abrir um espaço para recriar a escola.”
Prof. Dra. Ormezinda Maria Aya-Ribeiro