A Cultura de paz
envolve os valores que pretendem humanizar a humanidade, em que o SER prevalece
sobre o TER, ou seja, é um conjunto de valores, tradições, comportamentos, atitudes
e estilos de vida baseados: no respeito à vida e a diversidade, a
rejeição a violência, o ouvir o outro para compreendê-lo, a preservação do
planeta, a busca do equilíbrio nas relações de gêneros e étnicas, na
redescoberta da solidariedade e no fortalecimento da democracia e os direitos
humanos. Enquanto o Combate à violência é percebido como as formas de
implantação de equipamentos de segurança como câmaras de vigilância, cerca
elétricas, sensores e alarmes, entre outros recursos, além de contratação de
porteiros ou vigilantes. Esses equipamentos funcionam até certo tempo, porém
não resolvem nada. Agem na contenção. Em outros momentos, essas formas são
ineficientes por causa do método utilizado. Normalmente usa-se a violência para
combatê-la.
É bem verdade que
ao escutarmos a palavra VIOLÊNCIA, entendemos de imediato o seu significado,
mesmo sem saber a definição exata do termo. Isso porque nós vivenciamos cenas
de violência no dia a dia, em todos os lugares e meios: na rua, nos filmes, no trânsito, no trabalho, na
família, na televisão e, que se multiplica a cada dia dentro da sala de aula. E
essa violência que já afeta as escolas é um mal que para ser resolvido no âmbito
escolar, ou pelo menos, minimizado, necessita do empenho de todos os envolvidos
nesse processo. Porém manter relações mais afetuosas, ensinar baseado no
carinho e na proximidade, requer novas práticas pedagógicas que exige muito dos
educadores a dedicação, o conhecimento e a criatividade; visto que, a violência
está em todo o lugar, não se limitando
aos muros da escola.
Diante desta
realidade, as equipes gestora e pedagógica da escola, na qual eu trabalho como
educadora de apoio, elaboraram um conjunto de atividades que possibilitaram um
trabalho para a Cultura de paz: leitura diária de textos reflexivos que
enfatizavam os valores (o SER maior que o TER), durante quinze dias, onde os
alunos além de discutirem com o professor sobre o assunto principal apresentado
no texto, foram convidados a realizar atividades a partir das leituras feitas:
produção textos poéticos, dramatizações de fábulas, produção de gibis gigantes,
de slogan e danças. No início, alguns alunos recusaram-se a fazer as atividades
por acreditar que eram “bobas”, “enrolação do professor”. Com o passar dos
dias, já estavam habituados a esta rotina diária. Ao término do desenvolvimento
dos trabalhos, reclamaram por não termos dado continuidade.
É importante
ressaltar que, durante a execução das atividades, percebemos que houve
melhoramento no comportamento e nas atitudes.
No que diz respeito
ao Combate à violência, utilizamos alguns equipamentos e métodos: alarmes,
registro de ocorrências dentro do âmbito escolar, solicitação do apoio da
Patrulha Escolar e do Conselho Tutelar. Porém, não foram suficientes para
minimizar a violência (embora sejam raros os casos de violência registrados na
nossa instituição de ensino).
Práticas simples
como as que foram citadas no 3º parágrafo, poderiam ser frequentes no cotidiano
escolar, mas infelizmente, não é possível, pois somos obrigados a cumprir os
parâmetros curriculares, que muitas vezes, nos impedem de colocar em práticas
inúmeras ações que favorecem, de fato, uma cultura de paz e consequentemente, o
combate à violência.